Búlgara é indicada oficialmente pela União Europeia para dirigir FMI

Fonte: Estado de Minas Publicado em

A búlgara Kristalina Georgieva foi indicada oficialmente, nesta sexta-feira (2), como candidata europeia à direção do Fundo Monetário Internacional (FMI), após vencer uma votação acirrada, que mostrou divisões profundas entre os Estados europeus.

“Georgieva é a partir de agora candidata dos países europeus. Todos nós vamos apoiar sua candidatura”, afirmou o ministro francês da Economia, Bruno Le Maire, que organizou a votação após constatar que nenhum candidato contava com o apoio necessário – um procedimento inédito na União Europeia (UE) para nomear um candidato ao FMI.

“É uma honra ser indicada como candidata ao cargo de diretora-gerente do FMI”, tuitou Georgieva.

Na última rodada da votação, a conservadora Georgieva, atual número dois no Banco Mundial, enfrentava o social-democrata holandês Jeroen Dijsselbloem, ex-presidente do Eurogrupo.

A búlgara recebeu o apoio de 56% dos países, que representam 57% da população da UE. Dijsselbloem obteve o apoio de 44% dos países, com 43% da população. Assim, ela se tornou na candidata para substituir Christine Lagarde, que assumirá a presidência do Banco Central Europeu (BCE). A direção-geral do FMI tradicionalmente fica nas mãos do candidato europeu.

No Twitter, o holandês parabenizou Georgieva pelo “resultado obtido na votação” e desejou “o maior dos sucessos”.

A búlgara, que contava com o apoio da França e dos países do Sul, deve ser nomeada formalmente candidata da UE para a sucessão, no próximo outono (boreal).

Georgieva e Dijsselbloem, apoiado pela Alemanha, eram os dois últimos candidatos na disputa por esse posto, após a saída do finlandês Olli Rehn, da ministra espanhola da Economia, Nadia Calviño, e do atual presidente do Eurogrupo, o português Mario Centeno.

– Idade –

“A história não terminou nesta noite” com este resultado, garantiu à AFP uma fonte próxima ao caso, pois a candidata europeia ainda precisa de uma aprovação do Fundo, cujas regras estipulam que o diretor-gerente não tenha mais de 65 anos ao ser nomeado.

Contudo, a búlgara completa 66 anos neste mês, antes da eleição do FMI, em 4 de outubro. “Então, precisaria que os outros países abrissem uma exceção para ela, o que não está garantido”, alertaram fontes próximas.

Segundo uma delas, o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, teria prometido apoiar essa exceção.

A votação revelou divisões profundas dentro da UE entre os países do Norte e do Sul, que não eram partidários de Sujsselbloem devido a declarações polêmicas feitas há dois anos, quando acusou os países mediterrâneos de desperdiçar seu dinheiro com álcool e mulheres.

Por fim, os europeus optaram pela candidata dos países orientais, que ainda não haviam obtido nenhum cargo importante após as eleições europeias, já que a França permaneceu com a presidência do BCE; Alemanha, com a da Comissão europeia, e Itália, com a do Parlamento.

“Sua candidatura não tem o apoio de todos e o consenso foi obtido pela força. Isso pode encorajar outros pretendentes a se lançarem”, disse uma fonte consultada pela AFP.

A fonte citou o atual governador do Banco da Inglaterra (BoE), Mark Carney, que tem três nacionalidades – britânica, canadense e irlandesa – e “uma boa rede dentro do FMI”. Seu nome circulou inicialmente entre os candidatos.

Desde a sua criação, em 1944, o FMI sempre teve um diretor europeu, enquanto um americano sempre esteve no comando do Banco Mundial.

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