“Como os 100 mil pontos do Ibovespa influenciam na geração de empregos e retomada da economia”

Fonte: Gazeta do Povo Publicado em

“Pela primeira vez na história, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo, o Ibovespa, rompeu a simbólica barreira dos 100 mil pontos. Muita gente pormenorizou o marco. Entre as críticas comuns, constaram que “a Bolsa não gera empregos”, “não causa efeito na vida dos mais pobres”, além de recordarem que a situação econômica brasileira permanece complicada. Contudo, embora a ideia de que variáveis macroeconômicas tenham impacto direto na vida do brasileiro possa parecer um pouco distante, o avanço da Bolsa de Valores está absolutamente relacionado ao crescimento nacional.

Isso porque a variação do índice é calculada com base no desempenho médio das ações das principais empresas negociadas na bolsa, geralmente refletindo o tamanho e liquidez das companhias. Apesar de não ter efeitos práticos por si só, o rompimento dos 100 mil pontos durante um pregão ilustra o otimismo do mercado financeiro com a condução da política econômica pelo governo federal.

Vale ressaltar que, se corrigidos pela inflação, ainda ficariam abaixo dos 73 mil registrados em maio de 2008. Mesmo assim, a lógica é simples: as empresas brasileiras estão valendo mais na bolsa, logo, espera-se que tenham melhores resultados daqui para a frente.

O pesquisador do Ibre/FGV Daniel Duque esclarece que, na prática, o índice Bovespa funciona como um termômetro de quanta confiança há para investimentos no país. “Essa disposição é determinada, principalmente, por dois fatores: projeção de crescimento econômico e impostos sobre empresas. Portanto, se a bolsa opera em alta, é porque investidores estão projetando maior crescimento econômico ou uma redução dos impostos. Como esse último é improvável em um horizonte de pelo menos dez anos [em virtude do desequilíbrio fiscal das contas governamentais], resta a confiança de que o país crescerá mais, possibilitando maiores lucros e a geração de empregos”.

Thiago Rizzo, consultor financeiro da XP, explica que quem investe na bolsa está incentivando a atividade econômica de tais empresas, ao passo que os produtos desse investimento serão utilizados para o estímulo da economia em diversas frentes, sendo este um emprego eficiente do próprio capital. Ele afirma que muitas das boas expectativas com o mercado estão centradas na capacidade do governo Bolsonaro em aprovar a Reforma da Previdência.

“Aprovar a reforma transmitirá aos investidores internacionais que investir no mercado brasileiro é confiável, que o governo está preocupado com suas contas públicas. Se ocorrer, a tendência é que investimentos sejam intensificados no país e o capital estrangeiro seja atraído para a bolsa brasileira, pressionando os preços para cima”, afirma. “O mercado já precificou que, caso aprovada a reforma, o risco-país percebido vai diminuir, abrindo espaço para queda da taxa Selic, estimada em torno de 5,6% ao ano em um cenário de aprovação”, complementa. Ele refere-se a um estudo da Secretaria de Política Econômica (SPE), do Ministério da Economia, que também projeta, com a ausência de reforma, uma escalada drástica da taxa básica de juros, pulando dos atuais 6,5% ao ano para 18,5% em 2023.

A fala é endossada por Duque, segundo o qual “um governo comprometido com reformas faz investidores acreditarem que os ativos irão se valorizar, mesmo que pessoalmente acredite haver um certo otimismo exagerado”.”
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