Uma ampla revisão dos gastos públicos para equilibrar as contas da União e enfrentar o rápido envelhecimento da população deve ser realizada pelo governo federal para tirar o país da crise que segue atrapalhando a economia, recomendaram analistas que participaram nesta quarta-feira de um seminário organizado pela Câmara Espanhola de Comércio no Brasil.
“Temos um gasto público elevado em relação a outros países que contam com um nível de desenvolvimento similar”, disse à Agência Efe Ana Paula Vescovi, economista e ex-secretária-executiva do antigo Ministério da Fazenda, transformado em Ministério da Economia.
Ex-secretária do Tesouro durante o governo de Michel Temer, Vescovi disse que as contas do governo federal não são “distribuitivas” e não atingem de maneira satisfatória áreas básicas de atenção à sociedade, como os programas sociais.
“É preciso escolher prioridades. Temos que revisar subsídios e o conjunto de programas que foram concedidos a grupos específicos”, recomendou a economista ao governo de Jair Bolsonaro.
Um dos principais problemas que impactam negativamente os cofres públicos é a transição demográfica, segundo a especialista. Com taxas menores de natalidade e de mortalidade, o país passa a ter uma população envelhecida, que dependerá financeiramente do governo.
“Essa transição demográfica no Brasil é muito acelerada e isso afeta fortemente as contas públicas. Expõe, além disso, as injustiças e as desigualdades que estão dentro do modelo atual de previdência”, ressaltou Vescovi.
A ex-secretária do Tesouro considerou como fundamental a agenda de reformas proposta pelo governo federal, sobretudo a da previdência, em discussão na Câmara dos Deputados e carro-chefe do projeto liderado.
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