O estudo que serve de base para a proposta de eliminar o monopólio estatal no setor de gás prevê investimentos potenciais de US$ 60 bilhões (quase R$ 240 bilhões, pela cotação atual), caso a meta de redução do preço do combustível seja atingida.
Pela projeção, os recursos seriam desembolsados por novos investidores, ao longo dos quatro primeiros anos após a quebra do monopólio, para a ampliação da infraestrutura de abastecimento e da capacidade industrial de setores que se beneficiariam com o gás mais barato.
A proposta é limitar a participação da Petrobras a 50% das vendas de gás no país.
Para isso, o estudo dos consultores que assessoram o Ministério da Economia sugere medidas como a venda de gasodutos, a cessão de contratos de fornecimento para empresas privadas e a criação do consumidor livre de gás.
A redução do preço do gás é uma das prioridades da área econômica do governo, que espera pôr em prática as primeiras medidas em até 60 dias.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem defendido que é uma oportunidade para “reindustrializar” o Brasil.
O estudo elaborado pelos consultores Carlos Langoni, Marco Tavares e João Carlos de Luca vê potenciais investimentos não só no setor de petróleo e gás, mas também industriais como mineração, siderurgia, petroquímica, fertilizantes, energia e papel e celulose, entre outros.
A meta da proposta é reduzir o preço do gás no país dos atuais US$ 12 (R$ 48) por milhão de BTU (medida de poder calorífico) para entre US$ 5 e US$ 6 (R$ 20 e R$ 24), dependendo da distância da costa.
Mais barato, dizem os autores, o gás do pré-sal “pode impulsionar um ciclo virtuoso à economia brasileira”.
“O preço cobrado do consumidor final, resultado da desestruturação do setor, das ineficiências geradas pela regulação e do comportamento dos agentes dominantes nas áreas da produção, transporte e distribuição, é um dos mais elevados do mundo”, traz texto do estudo.
Com maior participação privada, defende o estudo, o setor de petróleo e gás pode ter investimentos de US$ 10 bilhões (R$ 40 bilhões), dirigidos à construção de quatro novos gasodutos marítimos para trazer a produção das plataformas, quatro unidades de tratamento de gás e ampliação da capacidade de importação e transporte do combustível no continente.
Mineração de ferro e alumínio poderia atrair outros US$ 19 bilhões (R$ 75 bilhões) para a instalação no país de dez plantas de beneficiamento de minério de ferro e duas plantas de beneficiamento de alumínio –segmento que se afastou do país diante dos altos preços da energia.
Segundo o estudo, os setores de fertilizante e petroquímica poderiam atrair outros US$ 7,5 bilhões (R$ 30 bilhões) para a construção de cinco novas fábricas. O restante dos investimentos viria das indústrias siderúrgica, de vidros, metanol e de papel e celulose.
Leia a matéria na integra