A Bolsa furou a barreira dos 96 mil pontos, acumulando alta de quase 10% nos primeiros 13 pregões do ano. Embora a alta esteja calcada na expectativa positiva dos investidores em relação à agenda liberal do novo governo, especialistas apontam que a perspectiva de melhora nos resultados das empresas em 2019, diante do maior crescimento em um ambiente de inflação controlada e Selic baixa, também sustenta o avanço.
Do ponto de vista corporativo, o Itaú BBA revisou para cima seus prognósticos para o lucro das companhias de capital aberto neste ano: de um avanço de 29%, previsto em dezembro passado, para 38%, agora em janeiro. A temporada de balanços começa no fim deste mês.
De acordo com Luiz Cherman, estrategista de renda variável para o Brasil da instituição, um ponto importante é que essa mudança para um cenário mais favorável ocorreu sem uma revisão de expansão do Produto Interno Bruto (PIB), que se mantém em 2,5% para este ano.
“Essa revisão significativa da espera por lucros maiores mostra que há fundamento para a alta da Bolsa”, diz Cherman, ressaltando também que a razão entre preço e lucro (P/L) de 11,8% está na média histórica. Thiago Souza, gestor de recursos da Mapfre Investimentos, complementa que um P/L entre 11% a 12% é relativamente barato, ficando caro acima de 15%.
“Não é só o investidor fazendo uma aposta. As empresas estão mais positivas e isso dá mais solidez ao movimento de alta do mercado de ações”, afirma Cherman.
No entanto, ele ressalta que a revisão para cima dos resultados corporativos também considera a aprovação da reforma da Previdência. Isso porque, diz o estrategista, com as contas fiscais equilibradas, os juros básicos poderão seguir baixos e isso permitirá maior crescimento econômico e, evidentemente, refletirá na melhora dos resultados das empresas. Já em caso de falha na aprovação das novas regras de aposentadoria, não haverá caminho para conjuntura favorável.
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