Depois de cair a menos de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) ao longo da recessão e da lenta recuperação da economia que se seguiu, os investimentos em infraestrutura no Brasil devem voltar a superar esse percentual neste ano, segundo estimativa da Inter.B Consultoria. De 2001 a 2013, a média de aportes na área, incluindo setor privado e público, foi de 2,15% do PIB. Em 2014, a cifra alcançou 2,31%. A partir dali passou a cair. Em 2019, somaram 1,87% do produto.
“Podemos chegar a 2,2% ou 2,3% do PIB. Existe excesso de demanda por infraestrutura, e falta oferta. Passamos muitos anos investindo menos de 2% do PIB”, diz Claudio Frischtak, sócio da Inter.B, um dos maiores especialistas do país na área. Em termos nominais, seria um aumento de R$ 25 bilhões nos aportes. Para 2019, a projeção é de que houve aumento de R$ 7,3 bilhões sobre 2018.
Apesar do otimismo, o número é tímido. “Precisamos investir 4,2% do PIB durante 20 anos seguidos. Estamos muito aquém disso”, afirma o economista. Seria suficiente para atingir um estoque de capital em infraestrutura de 60,4% do PIB, comparado a 36,2% em 2018, dado mais recente calculado pela consultoria. Para ter uma ideia da depreciação do setor, no início da década de 1980 esse estoque estava em 58%.
Em 2020, a maior parte dos aportes deve vir novamente do setor privado dada a escassez de recursos dos governos federal, estaduais e municipais. Nos últimos anos, o aporte privado tem sido de cerca de 60% do total. Segundo dados trimestrais do Tesouro Nacional, desde 2016 o saldo dos investimentos dessas três esferas públicas é predominantemente negativo, com apenas duas exceções: os últimos trimestres de 2016 e de 2018. Isso quer dizer que os novos aportes em obras e projetos não cobriram nem a depreciação do estoque de capital.
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