KPMG aponta os principais riscos emergentes para as empresas

Fonte: KPMG Publicado em

A terceira edição do Top Emerging Risks, lançada pelo ACI Institute e pelo o Board Leadership Center da KPMG no Brasil, contou com a colaboração de diversos membros de conselhos de administração, conselhos fiscais e comitês de auditoria de algumas das maiores empresas brasileiras, para elencar os nove principais riscos emergentes que as organizações enfrentarão ao longo deste ano, levando em consideração os efeitos ainda causados pela pandemia.

De acordo com a publicação, os principais riscos emergentes para as empresas são os seguintes:

1- Questões geopolíticas e os investimentos em 5G: o embate entre Ocidente e Oriente está influenciando a postura do novo governo norte-americano, e isso acabará refletindo no Brasil. Em função disso, a abordagem do novo presidente dos Estados Unidos para a América Latina deve considerar um retorno ao multilateralismo, com a priorização das agendas de sustentabilidade e manufatura doméstica, além do desejo de conter a crescente influência da China na região.

 

2- LGPD: muitas empresas apostaram na postergação da Lei Geral de Proteção de Dados, e tantas outras talvez não tenham dado a devida importância aos requisitos obrigatórios. Com isso, inúmeras companhias só começaram a se movimentar para estar em compliance com a LGPD há alguns meses. Essa adequação é complexa e pode levar alguns anos.

 

3- Mercado baseado em dados (data-driven market): as sociedades caminham para um modelo de negócio que será cada vez mais baseado em dados. Dessa forma, as informações pessoais acumulam valor que pode ser traduzido em ativos estratégicos para qualquer negócio. O mercado baseado em dados é uma tendência global e não está focado apenas nas empresas de tecnologia, uma vez que os dados são valorizados por diversos setores do mercado como um todo.

 

4 – Vieses e preconceitos no uso de inteligência artificial: à medida que a inteligência artificial passa a ser prioridade nas interações entre empresas, governo, clientes e sociedade, compreender o processo sobre como essa nova disrupção tecnológica é formada, desenvolvida e implementada torna-se cada vez mais importante. Entender até que ponto os possíveis preconceitos estabelecidos estão embutidos na estratégia, implementação e resultados dos processos de inteligência artificial será fundamental para o sucesso durante os próximos anos.

 

5 – Pix – os primeiros passos rumo à implementação do open banking no Brasil: o setor de serviços financeiros tem sido objeto de uma importante reflexão sobre o atual modelo de operação e os eventuais vértices de uma transformação estrutural. Parte deste debate está na possibilidade de novos entrantes no sistema financeiro, em especial a implementação do open banking no Brasil e as oportunidades e os riscos válidos para os atuais players, assim como para as companhias que pretendem desbravá-lo.

 

6 – ESG: uma abordagem holística: a crescente preocupação com o endereçamento das questões Ambiental, Social e Governança (em inglês, Environmental, Social and Governance) já tem apresentado ativismo e ações por parte de investidores institucionais nos últimos anos e com maior ênfase no ano passado. Com a pandemia, a atenção ao tema só aumentou e observou-se um relevante crescimento no debate acerca do assunto, especialmente sobre os fatores relacionados ao “S” (social) que foram colocados à prova pelas respostas das empresas em relação à saúde e bem-estar dos colaboradores, bem como pelas manifestações nas redes sociais.

 

7 – Efeitos da Covid-19 nas demonstrações financeiras e em outras divulgações ao mercado: os reflexos da pandemia terão impactos sobre as demonstrações financeiras das companhias este ano, o que exigirá cuidado e detalhamento na sua divulgação. Com isso, as empresas devem estar atentas aos requerimentos de mensuração e apresentação dos efeitos e riscos derivados da covid-19 nas demonstrações financeiras e demais informações divulgadas ao mercado.

 

8 – Fraudes e non-compliance: já é possível constatar a preocupação das empresas com esse tipo de situação, pois, entre os riscos emergentes, os mais preocupantes são os relacionados a fraudes, corrupção e desvio de conduta, impulsionados por fatores como doações, a necessidade de contratação de novos terceiros e novas regulamentações e procedimentos de emergências que surgiram durante a pandemia da covid-19, principalmente a flexibilização dos controles internos, no gerenciamento de alguns riscos e do próprio compliance.

 

9 – Reforma tributária: o sistema tributário brasileiro é considerado um dos mais complexos do mundo, tendo como componente protagonista o chamado “custo Brasil”. Além disso, a maneira com que a tributação brasileira ocorre faz com que muitas vezes os negócios sejam organizados de forma não convencional, pois, assim, a carga tributária se torna consideravelmente menor. Por essa razão, diversos especialistas elencam a reforma tributária como uma das ações importantes a serem debatidas, com objetivo de fomentar o crescimento sustentável da economia. Além disso, temas relacionados a tributação de dividendos e aumento na tributação das heranças ainda se encontram em discussão.

 

“Este ano, discussões sobre a imunização em massa, retomada da economia e a nova realidade nos negócios estarão em destaque e a própria covid-19 deixará um legado com o qual precisaremos conviver por muitos anos. Após um início de crise, incerteza e stress, as empresas foram obrigadas a tomar decisões complexas e em tempo recorde. Conseguiram se adaptar e sobreviver. Agora é retomar e voltar a pensar em crescer. Diante disso, é importante estar atento à constante presença dos riscos emergentes no negócio para não ser surpreendido, agir com rapidez e consciência e, principalmente, ter sucesso. Foi o que aconteceu em 2020 com a pandemia e não será diferente em 2021 e nos próximos anos”, finaliza o CEO do ACI Institute Brasil e sócio de consultoria em riscos e governança corporativa da KPMG, Sidney Ito.

 

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