Negócios no Brasil serão essenciais para financiar a energia do amanhã, pautados pela Agenda ESG

Fonte: Plurale Posted on

Entrevista com Beatriz Giacomini, Gerente de Comunicação e Relações Externas da Repsol Sinopec Brasil

Para impulsionar sua transformação de forma sustentável, a RSB conta com uma Gestão transversal em ESG, baseada na Agenda 2030 e no Acordo de Paris

– Como a Repsol Sinopec Brasil vem transformando sua gestão em sustentabilidade?

Beatriz Giacomini – Entendemos que a gestão para a sustentabilidade é um processo que exige participação da alta liderança e persistência para a formação de uma cultura na organização. Desde 2014, desenvolvemos planos anuais de sustentabilidade em que consideramos as expectativas de nossas partes interessadas e os referenciais de sustentabilidade da Repsol (Ética e Transparência, Pessoas, Segurança, Meio Ambiente, Mudanças Climáticas e Inovação), relacionados também aos Objetivos de Sustentabilidade das Nações Unidas (ODS), envolvendo todas as áreas da companhia nessa reflexão.

Esse exercício já soma 135 ações que vêm nos orientando, de maneira consistente, a alcançar uma gestão mais sustentável, com especial foco em pessoas, segurança e meio ambiente. Em nível global, o grupo Repsol tem sido pioneiro em aderir a acordos internacionais que impulsionam a nossa transformação e marcam nosso posicionamento nesse tema, como Protocolo de Kyoto (1997), o Acordo de Paris (2015), e o compromisso em ser uma companhia zero emissões líquidas até 2050 (2019).

– A gestão ESG ganhou ainda mais relevância esse ano impulsionada pelo contexto da pandemia da COVID-19. Você acredita que as empresas se deram conta de que as alianças e parcerias na gestão ambiental, social e de governança são fundamentais para o alcance da Agenda 2030?

Beatriz Giacomini – A pandemia evidenciou ainda mais a criticidade da nossa desigualdade social e a necessidade de um mundo com mais justiça e equidade.

A Agenda 2030 foi um chamado à participação do setor privado e da sociedade civil, ao lado também dos governos, para encararmos juntos esses problemas como uma comunidade solidária. Atuar em parceria é uma prerrogativa da solidariedade e dessa agenda que nós sempre valorizamos. Para trazer exemplos mais recentes, com foco no enfrentamento à COVID-19, participamos com o Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) e outras empresas do setor de O&G em uma ação liderada pela Rede Hospitalar D´OR para a construção do hospital de campanha Lagoa-Barra, no Rio de Janeiro, que foi essencial para o atendimento de mais de 700 pessoas diagnosticadas com Covid do Sistema Único de Saúde (SUS).

Internamente, também promovemos quatro ações de voluntariado com a participação de 67 colaboradores em parceria com as ONGs Atados, Argilando, Catadores do Bem, Criola e o Centro de Atendimento a Refugiados de Botafogo, beneficiando mais de 500 pessoas.

– Em linha com os objetivos de desenvolvimento sustentável, como a RSB tem contribuído para o desenvolvimento social?

Beatriz Giacomini – O setor e óleo e gás tem um papel chave na promoção do bem-estar e no Brasil está entre as principais atividades econômicas do país. O acesso à energia é fundamental para que os direitos fundamentais das pessoas sejam alcançados, como saúde e a qualidade de vida, gerando também emprego e renda. Mas além dos benefícios sociais naturalmente promovidos pela nossa atuação empresarial, temos uma longa história de investimentos socioambientais que já são legados para o meio ambiente e transformaram a história de muitas pessoas.

Desenvolvemos nos últimos dez anos o projeto itinerante Plataforma Educativa, promovendo a cultura de segurança e meio ambiente para comunidades através de cursos de formação em parceria com a Marinha do Brasil e o Instituto de Oceanografia da USP (IOUSP). Esse projeto atendeu mais de 27 mil pessoas no litoral sudeste do Brasil, atuando em áreas de conservação ambiental e com atividade pesqueira relevante para a comunidade local.

Também é de longa data a nossa parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, já são 15 anos investindo na proteção da floresta e do mar, em projetos essenciais para a conservação do patrimônio natural, a proteção da biodiversidade, a produção de água e a regulação do clima. Juntos lançamos cinco editais públicos que apoiaram 37 projetos em prol de 21 unidades de conservação na costa brasileira, em 1,2 milhão de hectares de Mata Atlântica protegida. E por meio do Projeto Florestas do Futuro, apoiamos dez projetos de restauração florestal nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, que somam 21,13 mil hectares de mata nativa restaurada.

Além disso, investimos em atividades culturais e esportivas com foco social na cidade do Rio de Janeiro em parceria com a Escola de Música da Rocinha e o Instituto Superar.

– Vocês integram o primeiro grupo de energia global a assumir o compromisso em ser zero emissões líquidas até 2050. Isso é inspirador para mudanças no segmento de óleo e gás, que deve acelerar a transformação de seus negócios rumo a fontes de energias mais limpas. O que tem sido feito pela RSB?

Beatriz Giacomini – O grupo Repsol vem trabalhando na gestão das emissões nos últimos 25 anos, tendo reduzido 5,1 Mt de CO2eq entre 2006 e 2019. Portanto, os compromissos declarados em 2019 em ser uma companhia zero emissões líquidas até 2050, com metas intermediárias em 2025, 2030 e 2040 são bastante coerentes com a jornada da companhia até aqui. É claro que representa um marco que nos enche de orgulho e o Brasil será chave para chegarmos lá. A Repsol Sinopec Brasil é hoje a quarta maior produtora de petróleo e gás natural do país e ocupa posição estratégica nas áreas de maior potencial do pré-sal brasileiro. Participamos de três campos produtores, Albacora Leste, Lapa e Sapinhoá – terceiro maior campo produtor do Brasil – além de blocos exploratórios de grande potencial, como o Sagitário e o BM-C-33, que foi uma descoberta feita pela RSB em 2012 e que pode vir a ser uma das principais fontes de gás natural do país. O upstream será essencial para financiar novos investimentos em transição energética, assim como o gás será essencial como combustível de transição, já que é uma energia segura, eficiente e menos intensiva em carbono. Há também um forte investimento em pesquisas (R$ 150 milhões nos últimos 4 anos) que também tem gerado resultados inovadores com o uso de tecnologias disruptivas, que vão transformar o setor de energia. Estamos muito bem posicionados nessas áreas.

– Mas quando falamos em gestão ESG, é importante mostrar o que se tem feito para criar organizações mais diversas, plurais e que buscam, pela diversidade, soluções em seus segmentos de atuação. Como a Repsol Sinopec está atuando quanto à equidade de gêneros e a inclusão?

Beatriz Giacomini – Para nós, a diversidade é um elemento diferenciador que fomenta a inovação. Temos um time multicultural, formado por pessoas de 10 nacionalidades e estamos focados em promover um ambiente ainda mais diverso, através da aceleração da progressão profissional das mulheres e na promoção de um ambiente livre de preconceitos. A companhia já conta com 42% de mulheres, uma representatividade acima da média do setor (22%[1]), e 50% de mulheres em cargos de alta liderança, investindo também em um futuro ainda mais diverso através da paridade de participação de homens e mulheres nos processos seletivos. Esse ano, promovemos um curso obrigatório para todos os líderes sobre “Vieses Inconscientes” e aderimos à iniciativa “Aliad@s LGBTQIA+”, um grupo voluntário e auto gerenciado por colaboradores da Repsol em nível global para a discussão de temas ligados à diversidade de gênero e sexualidade.

SOBRE A REPSOL SINOPEC BRASIL

Pioneira na abertura do mercado e na exploração no pré-sal brasileiro, a Repsol Sinopec Brasil (RSB) é atualmente a 4ª empresa que mais produz petróleo e gás no país. A companhia ocupa posição estratégica nas áreas de maior potencial do pré-sal brasileiro, com atividades nas Bacias de Santos e Campos. A carteira de ativos inclui três campos de produção – Albacora Leste, Sapinhoá e Lapa– e blocos exploratórios de grande potencial, como o BM-C-33.

Integrante do Grupo Repsol, da Espanha, a empresa começou suas atividades no Brasil em 1997, importando, comercializando e distribuindo, diretamente, óleos básicos e produtos petroquímicos. Em 2010, reestruturou seu portfólio de ativos, focando em upstream. No mesmo ano, foi a empresa estrangeira privada que mais investiu em Exploração no país.

Também em 2010, houve uma ampliação de capital em parceira com a chinesa Sinopec, criando, assim, a Repsol Sinopec Brasil. A espanhola Repsol manteve uma participação de 60% na companhia, e a chinesa Sinopec detém os demais 40%.

BEATRIZ GIACOMINI

Beatriz Giacomini é publicitária com especializações em cultura e sustentabilidade. Atualmente é Gerente de Comunicação e Relações Externas da Repsol Sinopec Brasil, onde atua desde 2011.

 

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