O que o agronegócio brasileiro ganha com o acordo entre Mercosul e EU

Fonte: Globo Rural Publicado em

O agronegócio é um dos principais beneficiados pelo acordo fechado entre os países que compõem o Mercosul e a União Europeia. O setor comemora a redução e posterior retirada de tarifas de produtos essenciais na pauta de vendas externas, como suco de laranja, frutas, café solúvel, peixes, crustáceos e óleos vegetais. Haverá também acesso preferencial para carnes bovina, suína e aves, açúcar, etanol, arroz, ovos e mel, entre outros. Além disso, “o acordo reconhecerá como distintivos do Brasil produtos, como cachaças, queijos, vinhos e cafés”, dizem os Ministérios das Relações Exteriores e da Agricultura.

De acordo com as regras do acordo, mais de 90% das exportações do Mercosul terão suas tarifas zeradas em até dez anos. O processo de redução de tarifas acontece, como é um comum nesse tipo de acordo, de forma gradativa. Os produtos industrializados também serão beneficiados. “As empresas brasileiras serão beneficiadas com a eliminação de tarifas na exportação de 100% dos produtos industriais. Serão, desta forma, equalizadas as condições de concorrência com outros parceiros que já possuem acordos de livre comércio com a EU”, afirmaram os órgãos brasileiros em nota divulgada em conjunto.

O acordo é considerado pela comunidade internacional como histórico. As negociações duraram 20 anos. Juntos, Mercosul e União Europeia representam 25% do PIB mundial e um mercado de 780 milhões de pessoas. A conclusão das negociações ocorrem no momento de tensão e incertezas no comércio internacional. Com a abertura econômica, deve haver um fortalecimento das condições de competitividade entre todos os países dos dois blocos. “Será uma das maiores áreas de livre comércio do mundo. É o acordo mais amplo e de maior complexidade já negociado pelo Mercosul. Cobre temas tanto tarifários quanto de natureza regulatória, como serviços, compras governamentais, facilitação de comércio, barreiras técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias e propriedade intelectual”, dizem as autoridades brasileiras.

acordo propiciará um incremento de competitividade da economia brasileira ao garantir, para os produtores nacionais, acesso a insumos de elevado teor tecnológico e com preços mais baixos. A redução de barreiras e a maior segurança jurídica e transparência de regras irão facilitar a inserção do Brasil nas cadeias globais de valor, com geração de mais investimentos, emprego e renda. Os consumidores também serão beneficiados pelo acordo, com acesso a maior variedade de produtos a preços competitivos.

 

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