Segundo levantamento do IBEF-SP com a PwC Brasil, antecipada ao Prática ESG, diretores financeiros reconhecem a importância do tema, mas ainda há desafios a vencer para operacionalizar a agenda
Um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças em São Paulo (IBEF-SP) com apoio da consultoria e auditoria PwC Brasil mostrou que a sustentabilidade está na agenda dos executivos de finanças. Isso porque 64% dos CFOs (do inglês Chief Financial Officer, traduzido como diretor financeiro) ouvidos afirmaram que participam de programas sobre o tema dentro das organizações em que trabalham.
Para grande parte dos participantes (49%), quem ocupa o cargo é protagonista na definição e no acompanhamento da agenda ESG (sigla para Ambiental, Social e Governança Corporativa), enquanto 38% consideram que sua função quanto ao assunto é dar apoio às demais áreas da organização. Apenas 14% acreditam que o CFO não tem papel relevante dentro deste cenário.
A pesquisa foi feita com base em respostas fornecidas por representantes de 80 companhias de diferentes portes e setores diversos, entre maio e junho de 2022. Do total de respondentes, 80% têm mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro.
Na avaliação de Luis Cerresi, primeiro vice-presidente do IBEF- SP, “como os CFOs estão participando cada vez mais da construção das estratégias das empresas e sendo efetivamente agentes de transformação, tem sido visível seu engajamento e liderança nas diversas iniciativas de ESG”.
Mauricio Colombari, sócio da PwC Brasil, compartilha da mesma visão. “A pesquisa foi positiva no sentido de mostrar uma participação dos CFOs em construir, de fato, a agenda e não apenas em comunicar ao mercado aquilo que já havia sido feito por outras áreas da organização. Nas entrelinhas, estes executivos estão mais abertos a colocar valor nos compromissos sustentáveis e atuar na pauta social, por exemplo”, afirma.
Desafios
No entanto, Colombari chama atenção para o fato de que há desafios com relação à maneira de reportar o que as organizações têm feito, sobretudo no dia a dia daquelas de menor porte. “As grandes empresas listadas na bolsa de valores brasileira (Ibovespa), que preparam relatórios de sustentabilidade com excelência ainda representam uma amostra reduzida do nosso mercado. Para a maior parte das pequenas e médias empresas, inclusive familiares, ter um documento do tipo ainda é uma realidade muito distante.”
Mais da metade (59%) dos entrevistados disseram que não publicam relatórios de sustentabilidade com informações tributárias. Paralelamente, quando perguntados sobre se emitem reporte ESG, 35% responderam que “não”; 33% afirmaram que “sim”; 18% disseram “sim, na matriz no exterior” e 15% não emitem, mas “pretendem” fazê-lo.
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